sábado, 5 de fevereiro de 2022

Pesquisa sobre Inovações

 Um dos equívocos das metodologias adotadas na maioria dos estudos de práticas de inovação é que são considerados como paradigmáticos somente os casos mais bem sucedidos. Os projetos 'fracassados' são, de modo geral, descartados porque são avaliados como pouco relevantes. O que até pode se compreender em termos de interesses estratégicos imediatos das empresas, em que o que mais conta é a conquista de novos mercados, é o procedimento menos indicado para quem quer investigar o complexo fenômeno da inovação em sua diversidade. Na verdade, não é possível compreender nenhum fenômeno social observando apenas uma das suas partes.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

A Construção dos Objetos


A primeira questão, para quem pesquisa, independentemente das formas de pesquisa praticadas, consiste em compreender que os objetos de pesquisa e as metodologias em vez de uma realidade previamente dada são resultado de uma construção teórica pelos pesquisadores, a partir de suas próprias iniciativas ou de demandas externas. E é aí que a revisão da bibliografia de referência e das matrizes metodológicas existentes entra como um pressuposto essencial para a construção de objetos de pesquisa e de metodologias de pesquisa originais e inovadores. O erro mais comum entre os pesquisadores da área de Jornalismo é o de – nas diferentes modalidades de pesquisa – aplicar conceitos e metodologias previamente existentes como se fosse possível a transposição mecânica de conceitos e de metodologias para objetos e realidades completamente diferentes. Como se movidos por um empirismo ingênuo a prática científica pudesse ser desenvolvida pela simples aplicação de conceitos e metodologias previamente desenvolvidos por outros pesquisadores e como se a construção (teórica e prática) dos próprios objetos e metodologias não fosse a primeira das obrigações de todo pesquisador. 


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Dicas de bibliografia

Quem trabalha com pesquisa sabe que duas das coisas mais difíceis para um pesquisador são: 1) identificar objetos originais de pesquisa e 2) uma vez superada esta etapa que sempre é e será um tormento, vem uma outra ainda mais difícil e penosa: a de propor metodologias e procedimentos adequados ao novo objeto. Como professor de Metodologias de Pesquisa tenho escrito diversos artigos sobre a necessidade de se encarar a etapa de definição e proposição de metodologias e procedimentos como uma oportunidade para a manifestação da criatividade do pesquisador e como uma possibilidade para o desenvolvimento de projetos mais originais e relevantes. Destaco três aqui: A pesquisa aplicada como laboratório para a produção conceitual no jornalismo digital. E Machado, Anais do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, em 2003; Um modelo híbrido de pesquisa: a metodologia aplicada pelo GJOL. E Machado, M Palacios, publicado como capítulo do livro Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes,2007, 199-222 e Metodologias de Pesquisa em Jornalismo: uma revisão histórica e perspectivas para a produção de manuais de orientação. E Machado, 2010, Brazilian Journalism Research 6 (1), 10-28. E a tarefa se torna ainda mais penosa e difícil quando se trata de propor projetos relacionados com inovação porque simplesmente, em nossa área, inexiste, em português, qualquer manual de pesquisa que trate conceitualmente ou apresente matrizes metodológicas indicadas para quem estiver interessado em desenvolver pesquisas aplicadas e inovação.

domingo, 2 de outubro de 2011

Nada se consegue sem um bom orçamento

Muitas vezes projetos bem concebidos do ponto de vista conceitual são comprometidos pela inexistência de recursos para financiar as atividades programadas. Nenhum grande cientista consegue atingir seus objetivos se deixa de aprender desde os primeiros anos de atuação a obter financiamento para viabilizar na prática as suas propostas. Nada mais ingênuo do que pensar que uma boa idéia na cabeça basta para transformar alguém em um cientista reconhecido pela originalidade de suas descobertas.  Cada vez mais o trabalho científico pressupõe ações complementares que vão da proposição de bons projetos, formação de equipes qualificadas, obtenção de recursos, construção de uma infraestrutura de pesquisa e cumprimento de prazos acordados.

O financiamento dos projetos varia de acordo com os tipos (Individuais ou Institucionais) e os modelos de obtenção dos recursos (Público, Privado, Comunitário ou Misto. Os projetos individuais normalmente são mais simples e desenvolvidos por pesquisadores em formação ou recém formados enquanto os institucionais são realizados por equipes vinculadas a uma determinada organização. Os melhores resultados são obtidos quando se consegue diversificar as fontes de financiamento. Se, por um lado, numa estratégia de longo prazo nenhum país se constitui como referência na área de Ciência, Tencologia e Inovação sem uma política de financiamento público. Por outro, tampouco se recomenda a total dependência das fontes governamentais. O financiamento privado, oriundo do re-investimento de parte dos lucros obtidos com pesquisa e inovação, e o financiamento comunitário são essenciais para a consolidação de um sistema de pesquisa sólido e diversificado.

A elaboração de um orçamento adequado é tão importante como aprender a revisar a bibliografia, delimitar o objeto de estudo, definir a metodologia aplicada e o cronograma de atividades. Atualmente, na formação dos jovens pesquisadores, uma das lacunas menos preenchidas é justo como ensinar a viabilizar a execução dos projetos concebidos. Nos processos de seleção de cursos de pós-graduação e, menos ainda nos trabalhos de conclusão de graduação, são raros os casos em que são cobrados nos projetos a elaboração de um orçamento, incluído como item obrigatório, que indique com clareza a existência de recursos para a conclusão do trabalho e a capacidade do coordenador de obter financiamento e utilizar de forma correta  os recursos existentes em cada uma das etapas do cronograma.

Com um abraço,

Elias.

sábado, 30 de abril de 2011

O segredo está na formação da equipe


De nada adianta um tema de grande relevância, com uma revisão competente da literatura, um objeto de estudo bem delimitado, uma fundamentação conceitual consistente, hipóteses de trabalho instigantes, metodologia e procedimentos adequados e planejamento correto do cronograma sem uma equipe de trabalho capacitada para desenvolver o projeto de pesquisa nos prazos e condições pré-estabelecidos. Nos casos mais simples a equipe se resume ao pesquisador e ao orientador com atuação em um mesmo laboratório enquanto nos mais complexos as equipes, muitas vezes, envolvem dezenas de pesquisadores, alocados em instituições ou países diferentes. A execução de um projeto pressupõe a montagem de uma equipe de trabalho o que requer a tomada de alguns cuidados que iremos sistematizar na forma de regras básicas:

Regra 1: A existência de um líder capaz de coordenar todo o processo de produção de conhecimento proposto pelo projeto que será desenvolvido. O líder deve ter reconhecida competência científica e capacidade de gerenciar as crises muito comuns ao longo da execução das diversas tarefas propostas no cronograma. Nos projetos mais simples (iniciação científica, mestrado e doutorado) os líderes são os orientadores; nos projetos mais complexos e integrados as variáveis para a definição da liderança vão muito além da simples relações orientador-orientando, dependendo dos acordos entre as diversas instituições envolvidas.

Regra 2:  Além de uma liderança científica consolidada o desenvolvimento com sucesso de um projeto de pesquisa passa pela incorporação à equipe de profissionais qualificados para responder pelas tarefas especializadas de nível técnico ou de gerenciamento.  A conclusão de um projeto requer a execução de dois tipos de trabalhos: os científicos e os técnicos. Menos relevantes do ponto de vista científico, as tarefas técnicas são essenciais para alcançar os resultados previstos e para o término das atividades dentro dos prazos estabelecidos.

Regra3:  A necessidade de que exista entre os membros da equipe uma sintonia plena do ponto de vista dos objetivos  gerais propostos.  Os objetivos específicos podem e, na maioria da vezes, variam de pesquisador para pesquisador, mas dentro de uma mesma equipe todos devem atuar para atingir objetivos gerais idênticos.

Regra 4: A definição clara de tarefas e atribuições entre todos os membros de equipe de modo que se possa cobrar resultados e o cumprimentos dos prazos estabelecidos de acordo com o cronograma. Evitar ao máximo que a ambigüidade na designação das tarefas impeça a atribuição de responsabilidades em caso de descumprimento dos prazos ou de erros detectados ao longo do trabalho.

Regra 5: O respeito das hierarquias existentes entre os diferentes membros da equipe de trabalho. Como uma atividade de natureza coletiva, o processo de produção de conhecimento pressupõe o reconhecimento dos diferentes níveis de competência de cada um dos pesquisadores. O resultado final depende sempre de uma harmonia entre todos os participantes da equipe, cada um complementando a tarefa realizada pelos outros colegas.

Com um abraço,

Elias.

sábado, 16 de abril de 2011

Tudo passa por um bom cronograma

Quanto mais experiente, mais o pesquisador dedica tempo para a elaboração do cronograma.  Não se deve pensar que concluídas as fases mais conceituais como revisão da literatura, definição do objeto, elaboração das hipóteses e metodologia, tudo está resolvido. As chamadas etapas mais técnicas de execução do projeto – cronograma, orçamento e definição da equipe -  são tão importantes quanto as outras mais abstratas. Em um projeto de pesquisa as deficiências de uma etapa sempre trarão conseqüências para a conclusão das demais e não se pode tratar de forma superficial e instrumental etapas que cumprem uma função estratégica para o término dos trabalhos no prazo estabelecido. 

O cronograma de um projeto antes que uma simples atividade burocrática representa uma síntese das diversas etapas da pesquisa. Em um bom projeto o cronograma deve ser em primeiro lugar exeqüível. Através do cronograma se pode verificar em que medida o responsável pela proposta consegue distribuir o tempo, os recursos técnicos, financeiros e humanos ao longo do prazo disponível. Ao mesmo tempo que revela a capacidade de planejamento de quem coordena o projeto, o cronograma possibilita um melhor acompanhamento para garantir a execução do que estava previsto.

Como em um projeto de pesquisa a definição de cada uma das etapas pressupõe uma elaboração conceitual prévia, cabe chamar a atenção que deve se evitar ao máximo desvincular o cronograma do núcleo central do projeto, relegando esta fase a uma espécie de apêndice. Muito pelo contrário.  O cronograma necessita refletir um planejamento criterioso para garantir o máximo de eficiência na administração dos recursos disponíveis para alcançar os objetivos e as metas propostas, através da aplicação da metodologia e dos procedimentos selecionados.  A definição correta do cronograma passa pela delimitação das atividades, da sequência das tarefas desenvolvidas e pela distribuição dos trabalhos entre os membros da equipe. Como se pode ver, tudo depende do cronograma.

Um bom cronograma exige um certo grau de flexibilidade que permita uma margem de adequação em caso de necessidade de remanejamento da sequência original proposta. É pela diversidade das fases, pela lógica da sequência existente entre as diversas etapas e pelo grau de ajustes possíveis entre estes diferentes momentos de realização da pesquisa que se pode identificar a complexidade do planejamento de um projeto. Se for muito rígido o cronograma pode inviabilizar a execução plena do projeto se ocorrer um imprevisto, o que na maioria das vezes, é inevitável. Em contrapartida, caso seja muito flexível, o cronograma pode se transformar em uma armadilha para os executores do projeto porque contribui para desconstruir a racionalidade existente entre as etapas, a sequência das operações e a sincronia das tarefas desenvolvidas pelos pesquisadores da equipe.

Com um abraço,

Elias.

domingo, 10 de abril de 2011

As funções da descrição na pesquisa aplicada

Como vimos na postagem anterior, a descrição representa apenas uma etapa intermediária na produção do conhecimento científico. Antes de existir como um fim em si mesma, a descrição deveria possibilitar a coleta de dados e informações para viabilizar as fases mais abstratas de elaboração das categorias de análise e definição dos conceitos. Se existe pouca bibliografia sobre os limites da descrição na pesquisa científica de caráter teórico em Jornalismo, são ainda muito mais raros os textos de referência sobre a descrição na pesquisa aplicada, destinada à transformação dos conhecimentos puros em inovação na forma de produtos, processos, técnicas, tecnologias, linguagens, formatos, protótipos, etc...

Em primeiro lugar, cabe esclarecer que a pesquisa aplicada pressupõe a pesquisa pura.  Nas sociedades contemporâneas o pleno desenvolvimento social depende que, ao menos uma parte do conhecimento científico puro, seja traduzido em inovações.  Neste contexto, o circuito do conhecimento passa pela pesquisa pura, pela pesquisa aplicada e pela inovação. Cada uma destas etapas deve estar em plena articulação com as outras de modo a que se possa retroalimentar continuamente o sistema de produção do conhecimento.  Na área de Jornalismo existe um déficit de pesquisa aplicada porque a maioria das pesquisas realizadas ou são meramente descritivas, pré-teoréticas, ou porque, mesmo quando produzem conhecimento teórico de alto nível, são incapazes de estabelecer relações com os setores produtivos da sociedade para desenvolver inovações.

Na pesquisa aplicada a descrição desempenha diversas funções ao longo do processo de transformação do conhecimento puro em aplicação que atenda uma demanda social concreta. O primeiro momento é o da descrição do produto, processo, técnica, tecnologia, formato ou protótipo projetado e das funções que cada um dos membros da equipe envolvida no processo de produção vai ocupar. A inexistência da descrição detalhada do que se pretende produzir e das funções de cada um dos membros da equipe simplesmente inviabiliza o começo do desenvolvimento. Uma vez iniciada a produção, cada uma das etapas deve ser descrita para que se possa compreender as particularidades, limitações e descobertas ocasionais durante as reuniões de avaliação do projeto.

Como o desenvolvimento em si e os produtos, processos, técnicas, tecnologias, formatos ou protótipos são etapas inter-relacionadas na cadeia de produção de conhecimento, a descrição de cada uma destas fases fornece os elementos para a sua plena compreensão, avaliação e, sempre que for o caso, redefinição. Na medida que avança o processo de produção das inovações a equipe responsável pelo projeto aproveita a própria experiência para refletir conceitualmente e para definir e repensar as estratégias metodológicas adotadas. Nenhum destes momentos pode ser executado sem uma descrição do que aconteceu, como, em que condições e o tipo de resultado obtido. Se, por um lado, as descrições das ações singulares são insuficientes para chegarmos ao conhecimento conceitual, de natureza universal e abstrata, por outro, os aspectos captados pelas descrições singulares são um pressuposto para definição das categorias de análise e para a elaboração dos conceitos.   

Com um abraço,

Elias.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Limites da descrição na pesquisa científica

Quem analisa projetos, orienta alunos e participa de congressos percebe que cada vez mais falta aos jovens e, em muitos casos, aos pesquisadores mais experimentados, o pleno domínio do processo de produção do conhecimento científico. Uma boa parte destes trabalhos permanece na simples descrição dos objetos estudados, sem chegar ao nível conceitual e menos ainda à proposição de teorias.

Entre os vários tipos de conhecimento existentes: o do senso comum, o artístico, o religioso, o jornalístico, o filosófico e o científico, o que caracteriza este último é a utilização dos conceitos para a definição e a descrição das características dos objetos sistemática e metodicamente investigados.  Se, por um lado, trabalha na esfera dos conceitos, por outro, o conhecimento filosófico é mais antigo e apresenta diferenças quando comparado com as práticas científicas constituídas na Modernidade, principalmente no caso das exigências de experimentação sistemática e no desenvolvimento de inovações, permanecendo no âmbito da argumentação lógica e da análise crítica das proposições e teorias.

Na pesquisa científica a descrição representa um meio para um fim que se atinge com a produção de categorias de análise e na elaboração dos conceitos. A sistematização dos conceitos leva a proposição de teorias que, quando diversificadas e consolidadas, a partir da definição de um objeto e de métodos e procedimentos, dão origem às disciplinas. O conjunto articulado de disciplinas constitui uma área ou uma grande área de conhecimento. A produção de conhecimento científico pressupõe o uso de métodos e procedimentos e uma série de etapas que são variáveis de caso a caso e de uma disciplina para a outra.

Nestas diversas etapas a descrição cumpre com diferentes funções. Nas fases preliminares de análise de possíveis objetos para a amostra do estudo possibilita definir particularidades, regularidades e rupturas; durante a pesquisa permite identificar procedimentos, ambientes, ações e reações, comportamentos, processos, produtos, formatos, protótipos, linguagens, técnicas, tecnologias, etc... e, finalmente, nos relatórios e nos trabalhos acadêmicos (artigos, monografias, dissertações e teses), uma vez sistematizada através de abstrações teóricas, contribui para dar forma às categorias de análise, aos conceitos e a ilustração de argumentos para a formulação de teorias. 

Enquanto procedimento que se incorpora as diferentes etapas de produção do conhecimento científico, a descrição - por si mesma  - não pode ser vista como um fim porque opera no nível pré-conceitual e pré-teorético. Sem a prévia abstração que possibilita identificar traços invariáveis existentes em determinado objeto, produto ou processo, a simples descrição, por mais completa que seja, está confinada aos limites exteriores do caso específico, ficando aquém das categorias de análise e dos conceitos, que são o ponto de partida para o que, em termos acadêmicos,  se convencionou definir como conhecimento científico. 

Com um abraço,

Elias.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Orientações básicas para um bom resumo

Certa vez, quando era estudante de ensino médio, meu professor fez uma pergunta em classe: por onde se começa a ler um livro? A maioria respondeu que pelo título ou pela introdução. O professor recomendou que antes deveríamos consultar a bibliografia. “Se não revisou a literatura de referência, em geral, não vale o esforço da leitura”, alertou. Quem consulta trabalhos acadêmicos, antes de mais nada, avalia os resumos e, a depender da estrutura, da qualidade do estilo e das informações contidas, não vai muito além na leitura do artigo, monografia, dissertação ou tese. Se quiser aumentar a probabilidade de difusão e aceitação de suas obras e facilitar a vida de pesquisadores, bibliotecários e avaliadores é recomendável ter alguns cuidados formais e estilísticos na elaboração dos resumos.

A estrutura padrão mínima de um resumo pressupõe cinco elementos básicos:  1) título; 2)definição do tema ou do objeto da pesquisa; 2) objetivos; 3) metodologia em caso de pesquisa empírica ou referencial teórico utilizado; 4) resultados da pesquisa e 5) palavras-chave. Em caso de resumos de projetos dispensa-se o quarto ponto porque, obviamente, não se pode antecipar as descobertas de uma pesquisa que sequer foi desenvolvida. Destes cinco elementos, em geral, na área de Jornalismo os mais adotados são a definição do tema ou objeto e os objetivos. Uma boa parte dos colegas ainda esquece da necessidade de incluir a metodologia e/ou referencial teórico empregados e ainda são raros os casos de resumos com a estrutura formal completa, com a apresentação dos resultados alcançados.

Um resumo começa por um bom título. O título deve apresentar e delimitar o objeto de estudo e os objetivos ou resultados da pesquisa. Nada impede que para atrair a atenção o título seja mais conotado, desde que se precise o objeto de estudo no subtítulo. Nunca deixe de indicar o período, a instituição ou lugar de realização do estudo.  É aconselhável uma linguagem objetiva e clara com o uso de estilo acadêmico, evitando gírias ou termos coloquiais e ambíguos. Deve-se ter o máximo de cautela para utilizar os conceitos com exatidão, reduzindo os riscos de equívocos de interpretação. Como nem todos os conceitos são amplamente conhecidos, indicar sempre as referências para possibilitar uma compreensão plena do conteúdo do trabalho.

Além dos cuidados estilísticos e da adoção de uma estrutura padrão mínima um bom resumo necessita ser redigido na norma culta da língua, sem erros sintáticos ou de concordância, obedecendo a uma argumentação lógica.  No resumo a precisão e a concisão são dois aspectos imprescindíveis e complementares. A síntese do que se pesquisa, com que objetivos, com que metodologia ou referencial teórico e dos principais resultados não pode levar a um texto vago ou impreciso que impeça que este elemento estrutural básico em qualquer trabalho ou projeto acadêmico cumpra com a sua função. Um resumo tem em média 10 a 15 linhas e vem acompanhado de três a cinco palavras-chave diretamente relacionadas com o conteúdo. Em casos de resumos menores somente aumenta a exigência de poder de concisão do pesquisador. 

Com um abraço,

 Elias